Pelo instinto, homens e animais descobriram água, fogo, pão e abrigo. Pelo instinto (?) o Homem descobriu os deuses, pela razão consegui assegurar a sua existência. Depois, novamente pela razão, negou qualquer existência divina. Ao contrário da água, do fogo, do pão e do abrigo, dos deuses, quer existam, ou não, recebemos silêncio e ausência. Antitheos? Liberdade? Quase que soamos a ridículos, ou não? De onde nasceu o teatro? Religião, palavra, ritual, transcendência. Queremos teatro, como grupo universitário, como um colectivo, como um coro grego moderno. Queremos? Não é a liberdade da Antígona, não é uma obsessão por rituais fúnebres a um cadáver rejeitado, somo nós, o grupo, evidenciado numa história que poderia ser outra qualquer, na diluição de cada subjectividade na subjectividade do outro. Se me perguntarem a verdadeira razão de fazer teatro amador, talvez responda que foi dos poucos sítios onde as mascaras costumam cair. O interessante é mergulhar em cada método de encenação, ensaio, direcção e assumir o risco de não ser livre, mas até parecer que sim. À parte de ateus, ou religiosos, digam-me se isto não tem algo de metafísico?
Cláudia Pinto (Actriz)
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